quinta-feira, 3 de março de 2011

SINTE afirma que só encerra a greve depois de proposta concreta do Governo

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), Odeni Silva, disse que a categoria aguarda uma proposta concreta por parte do Governo do Estado para que os professores retornem à sala de aula. As negociações para por fim à greve dos professores da rede pública estadual podem chegar a um consenso após uma audiência pública que será realizada nesta quarta-feira, às 15 horas, no plenarinho da Assembleia Legislativa.

O deputado Evaldo Gomes (PTC), autor do requerimento que solicitou a audiência pública, explicou que a iniciativa da audiência pública partiu do pressuposto de que a greve está atingindo não apenas os professores. "São mais de 450 mil alunos que estão sendo atingidos. Fui eleito com a bandeira da defesa da educação e dos direitos dos estudantes e é preciso se chegar a um consenso para que as aulas retornem e esses alunos não sejam prejudicados", argumentou.

O parlamentar acrescentou que a audiência pretende também discutir a situação estrutural das escolas. Ele lembra que os professores reivindicam não apenas melhoria salarial." È preciso se discutir a situação das escolas públicas. O Piauí é sempre colocado como um dos piores índices educacionais", reclamou, acrescentando que o piso salarial dos professores foi aprovado e o Estado deve arcar com ele. "O impasse é porque os professores querem o retroativo e o Governo não quer pagar. O piso foi aprovado mas ele (governador) não quer dizer que foi", disparou.

A professora Odeni Silva, presidente do Sinte, reclamou das declarações do governador que determinou o corte do ponto dos grevistas. "O Governo não pode cortar ponto. É um equívoco dele e uma arbitrariedade", frisou, acrescentando que a greve não foi decretada ilegal pelo Tribunal de Justiça. "O governador vem anunciando que a greve foi considerada ilegal e não foi. Houve apenas a recomendação do TJ para que voltássemos, mas nem sequer fomos notificados e ainda iremos recorrer da decisão se isso acontecer", comentou.

A professora acrescentou que a determinação do Ministério da Educação é de que o piso seja pago desde janeiro. "O governo disse que pagará, mas não disse a partir de quando. Ao não nos colocar uma proposta concreta, o Governo dá demonstrações de que está mal intencionado. Pode querer que retornemos a sala de aula e não honrar com o pagamento que nos é de direito. Só sairemos da greve se houver algo concreto", frisou. A audiência pública, segundo ela, será um momento em que os problemas serão colocados para se chegar a uma solução. Após a audiência, a categoria pretende se reunir em Assembleia para avaliar a posição e decidir pelo fim ou pela manutenção da greve.

"Estamos dispostos a negociar e retomar as aulas desde que sejamos respeitados e o governo tome posição em relação ao piso que já foi anunciado pelo MEC no valor de R$1.187,97 mas que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE entende que o valor atualizado deveria ser de R$1.597,87". Concluiu Odeni.

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