sexta-feira, 4 de maio de 2012

Professores não são bandidos, são trabalhadores

Os Trabalhadores em Educação Básica no Piauí, em greve há 66 dias, fizeram uma Assembleia Geral, no acampamento dos trabalhadores montado ao lado do Karnak, nesta quinta-feira (3), ao mesmo tempo em que uma comissão do movimento grevista, composta pela presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Piauí (SINTE-PI), Odeni de Jesus da Silva, pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores no Piauí (CUT), Manoel Rodrigues, pelo Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Milton Canuto, pela Secretária Geral da CNTE, Marta Vanelli e pelo representante de base da categoria, Alisson Ferreira, e representantes do Ministério Público, entre eles a promotora Leida Diniz, se reuniram com o governo Wilson Martins e seu secretariado, onde apresentaram os dados que comprovam a viabilidade do governo Wilson Martins pagar o Piso Nacional do Magistério, pois os recursos do FUNDEB são suficientes para que a Lei seja cumprida pelo governo do Estado. A secretária geral do CNTE, Marta Vanelli, destacou que em reunião na semana passada, em Brasília, com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi exposto por este, que os recursos repassados mensalmente pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) para todos os Estados, incluindo os recursos extras para aqueles que alegam não ter capacidade de pagar o Piso Nacional do Magistério. A presidente do Sinte Piauí, Odeni da Silva, levou para a reunião o extrato da conta em que o governo recebe os valores repassados pelo MEC para a aplicação na valorização da educação no Piauí. “Nesse extrato vemos que o governo recebeu R$ 22 milhões a mais para o pagamento do piso dos professores, mas o governo não o fez. Só neste mês de abril, somando os recursos do Fundeb com os outros recursos destinados a educação, somam mais de R$ 70 milhões”, informou Odeni de Jesus, acentuando que os Trabalhadores em Educação Básica do Piauí só acabarão com a greve quando o governo, assim como fez a Prefeitura de Teresina, conceder, no mínimo, 22% de aumento linear para toda categoria. “A Lei do Piso diz que o governo deve valorizar principalmente a carreira dos professores. A prefeitura da capital recebeu o recurso extra que veio para sua conta e concedeu um aumento além do percentual do custo-aluno, demonstrando que o dinheiro existe e que apenas há má vontade em promover educação pública de qualidade. O governo do Piauí, que também recebeu o repasse do MEC, deveria fazer o mesmo, mas ele não cumpre a lei e utiliza-se de um discurso maquiavélico de que, já paga acima do Piso Nacional, como se a carreira do Trabalhador em Educação não existisse”. O caráter autoritário e stalinista do governo Wilson Martins ficou evidente o uso da truculência pelos policiais militares ao seu comando, impedindo a livre expressão e o direito constitucional de nos manifestarmos nas vias públicas de forma pacífica. Sem existir motivos reais para o uso da força começou um verdadeiro ataque contra os Trabalhadores em Educação, utilizando-se de instrumentos como gás de pimenta e balas de borracha, típico de um período da História brasileira, em que muitos foram massacrados, torturados e assassinados por conta de defender a liberdade e a Democracia. No dia de hoje, ainda se vê, governos travestidos de ideais socialistas, mas que ferem e espacam professores e estudantes, e como se não bastasse, ainda prendem como se marginais fossem. A selvageria dos cães de guarda do governador Wilson “Trator” Martins só esfriou quando as palavras de ordem dos trabalhadores sufocaram os estampidos dos tiros que saiam das armas dos militares. E as palavras de ordem eram: “PROFESSORES NÃO SÃO MARGINAIS, PROFESSORES SÃO TRABALHADORES”. Ao final, a direção do SINTE-PI ao retornar da audiência, repassou tudo o que foi discutido com o governo e a categoria em Assembleia Geral deliberou pela manutenção da greve, e declarou repúdio a atitude covarde do governo no uso de ameaças e agressões do qual são vítimas por parte do governo Wilson “Trator” Martins.

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